Aprenda Dizer Eu Te Amo
Por: Sueli NascimentoGerda Verden-Zöller diz que "para estar presente, devemos simplesmente estar no que estamos no momento". Estar presente é o mesmo que a consciência cotidiana, ou seja, "dormir quando se tem sono e comer quando se tem fome". Isso é tão simples, mas porque não conseguimos fazê-lo? Porque não conseguimos estar no que fazemos, manter-nos presentes?
Para a psicologia reichiana a resposta está no fato de que o modo de vida experimentado nos últimos séculos afastou o ser humano do contato com a natureza e de si mesmo. Os mecanismos de defesa da pós-modernidade são: a Desconexão (do mundo) e a Ausência (de si mesmo).
Para conseguirmos existir nessas condições foi necessário o desenvolvimento de mecanismos adaptativos – sob a forma de cristalização de couraças, que como já foi dito deixaram de nos proteger e passaram a nos restringir – e de distorções perceptivas – que nos levam a viver sem a real noção de quem somos, como e com quem estamos.
Em conseqüência, "não confiamos nos processos naturais que nos constituem e nos quais estamos imersos"*. Esse afastamento da natureza cria uma sensação de desconforto muito grande, é como se não fizéssemos mais parte do planeta e para suportar a dor nos desconectamos e passamos a viver como que ligados no piloto-automático.
"Não consigo dizer eu te amo"
Viver com o piloto automático ligado tem muitas consequências, entre elas a dificuldade para expressar o que se sente. Para compreender a dificuldade de se comunicar com os outros precisamos, antes, entender como a pessoa se comunica consigo mesma. Precisamos entender como ela "se sente".
Ser capaz de se entregar às sensações da pele sendo tocada, à leveza do relaxamento, à ausência de dor ou qualquer desconforto físico e a quietude, dentro e fora de si, não é tão simples quanto parece.
Sentir envolve o corpo e a mente. Você está sentindo quando percebe suas sensações corporais e ao mesmo tempo pensa e visualiza imagens que se harmonizam com seu estado interno. Há trabalho, mas não esforço, note como você tem mais criatividade num lugar aprazível e que lhe faz sentir-se bem.
Às vezes, conseguir perceber as emoções promove em você um forte sentimento de orgulho. Outras vezes, quando percebe sua força e disposição para mudar o que está inadequado na sua vida profissional ou amorosa, sente uma profunda gratidão e alegria.
Estamos fazendo essa distinção porque, embora os dicionários coloquem emoção e sentimento como sinônimos, eles não são a mesma coisa.
No dia-a-dia percebemos emoções e sentimentos em bloco, não conseguimos medir se estamos só emocionados ou dando valoração sentimental ao que percebemos dentro de nós. Contudo, para a reflexão que queremos fazer aqui é importante compreender esses processos separadamente.
Quando alguém consegue perceber, identificar e dar sentido ao que está acontecendo dentro de si, passa a se comunicar e se relacionar melhor com as outras pessoas.
Mas nem todos conseguem reconhecer suas emoções, expressar seus sentimentos e menos ainda falar de si com os outros. Essas pessoas padecem da alexitimia. Para entender melhor o que é a alexitimia leia o artigo: "Por que alguns homens não se apaixonam", embora o artigo tenha esse nome, a alexitimia acomete também mulheres.
* Maturana, Humberto R. e Verden-Zöller, Gerda. Amar e brincar. Fundamentos esquecidos do humano, São Paulo, ed. Palas Athena, 2004.
Perfil do AutorPara a psicologia reichiana a resposta está no fato de que o modo de vida experimentado nos últimos séculos afastou o ser humano do contato com a natureza e de si mesmo. Os mecanismos de defesa da pós-modernidade são: a Desconexão (do mundo) e a Ausência (de si mesmo).
Para conseguirmos existir nessas condições foi necessário o desenvolvimento de mecanismos adaptativos – sob a forma de cristalização de couraças, que como já foi dito deixaram de nos proteger e passaram a nos restringir – e de distorções perceptivas – que nos levam a viver sem a real noção de quem somos, como e com quem estamos.
Em conseqüência, "não confiamos nos processos naturais que nos constituem e nos quais estamos imersos"*. Esse afastamento da natureza cria uma sensação de desconforto muito grande, é como se não fizéssemos mais parte do planeta e para suportar a dor nos desconectamos e passamos a viver como que ligados no piloto-automático.
"Não consigo dizer eu te amo"
Viver com o piloto automático ligado tem muitas consequências, entre elas a dificuldade para expressar o que se sente. Para compreender a dificuldade de se comunicar com os outros precisamos, antes, entender como a pessoa se comunica consigo mesma. Precisamos entender como ela "se sente".
Ser capaz de se entregar às sensações da pele sendo tocada, à leveza do relaxamento, à ausência de dor ou qualquer desconforto físico e a quietude, dentro e fora de si, não é tão simples quanto parece.
Sentir envolve o corpo e a mente. Você está sentindo quando percebe suas sensações corporais e ao mesmo tempo pensa e visualiza imagens que se harmonizam com seu estado interno. Há trabalho, mas não esforço, note como você tem mais criatividade num lugar aprazível e que lhe faz sentir-se bem.
Às vezes, conseguir perceber as emoções promove em você um forte sentimento de orgulho. Outras vezes, quando percebe sua força e disposição para mudar o que está inadequado na sua vida profissional ou amorosa, sente uma profunda gratidão e alegria.
Estamos fazendo essa distinção porque, embora os dicionários coloquem emoção e sentimento como sinônimos, eles não são a mesma coisa.
No dia-a-dia percebemos emoções e sentimentos em bloco, não conseguimos medir se estamos só emocionados ou dando valoração sentimental ao que percebemos dentro de nós. Contudo, para a reflexão que queremos fazer aqui é importante compreender esses processos separadamente.
Quando alguém consegue perceber, identificar e dar sentido ao que está acontecendo dentro de si, passa a se comunicar e se relacionar melhor com as outras pessoas.
Mas nem todos conseguem reconhecer suas emoções, expressar seus sentimentos e menos ainda falar de si com os outros. Essas pessoas padecem da alexitimia. Para entender melhor o que é a alexitimia leia o artigo: "Por que alguns homens não se apaixonam", embora o artigo tenha esse nome, a alexitimia acomete também mulheres.
* Maturana, Humberto R. e Verden-Zöller, Gerda. Amar e brincar. Fundamentos esquecidos do humano, São Paulo, ed. Palas Athena, 2004.
Analista reichiana.
Consultora Associada da FLUIR Desenvolvimento Social e Humano.
(Artigonal SC #1003967)
Fonte do Artigo - http://www.artigonal.com/psicologiaauto-ajuda-artigos/aprenda-dizer-eu-te-amo-1003967.html
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