Namorada(O) Grudenta(O)
Por: Sueli NascimentoNinguém é de ninguém
Quando alguém se sente inseguro sobre a quantidade de amor que está recebendo assume comportamentos possessivos e controladores – para quem ele(a) olha, suas amizades, horários, modos de vestir e se comportar em público –, mas isso não protege o relacionamento, apenas limita a liberdade dos dois.
Na medida em que a insegurança aumenta, pois não se pode controlar tudo, o tempo todo, o controle se torna mais invasivo e logo um estará escolhendo e comprando as roupas do outro para garantir que a outra metade se encaixe perfeitamente no seu mundo, segundo sua visão do que seja perfeito.
O casal precisa acautelar-se para não se tornar simbiótico fazendo o relacionamento se tornar nocivo e tóxico. Veja artigo Ciúme patológico.
Casais simbióticos
Mas quando a pessoa se percebe envolvida numa relação simbiótica é importante não usar de força para colocar limites no outro. É preciso ter calma e, pouco a pouco, aumentar os níveis de liberdade suavemente para ambos. Não vale a pena atacar ou criticar as atitudes do outro, devagar com as mudanças. Se um gruda é porque o outro permite.
No relacionamento simbiótico é muito tentador culpar o outro pelo que está acontecendo no casamento, mas o melhor é cada um atinar sobre o quanto suas atitudes foram permissivas e facilitaram a invasão e o controle.
Um dos primeiros sinais de que se está sendo arrastado para esse território instável, é ouvir constantemente: "só vou se você for comigo". Aquele(a)s que acreditam que simbiose é sinônimo de amor costumam pensar com a cabeça do outro, concordam com tudo sem refletir nem conversar francamente sobre como se sentem, apenas obedecem e depois, quando as coisas saem erradas, culpam o outro pelo fracasso do relacionamento.
Dá para fazer diferente
É importante questionar o adestramento cultural que estabelece que para que o relacionamento dê certo os dois devem fazer tudo junto, sempre. Esse tipo de pensamento dificulta a liberdade para atividades individuais e a rotina produzida desgasta a relação.
Insistindo em se grudar um no outro – não demorará até que um se sinta tão sufocado que em pouco tempo bom humor, criatividade e vontade de estar junto vão, definitivamente, perder espaço para o tédio e a insatisfação, fazendo com que a tão temida ruptura se produza ainda mais rapidamente.
A melhor saída é não ter medo de colocar esse amor à prova, conversar a respeito da mesmice e de como cada um pode contribuir para fortalecer o vínculo e a liberdade, deixando o relacionamento mais criativo e agradável para os dois.
O casal estará a caminho do amadurecimento afetivo quando conseguir incluir em sua rotina semanal uma atividade para cada qual fazer sozinho sem que isso seja uma tragédia para o outro.
Com que roupa eu vou?
É preciso deixar de lado o preconceito de que pessoas comprometidas que saem desacompanhadas estão traindo. Muitos homens e mulheres conseguem manter vida social e relacionamento duradouro baseando-se em amor e lealdade.
Preservar autonomia e liberdade protege a relação da fusão simbiótica. É importante fazer negociações que assegurem a liberdade individual para o bem da vida de casal.
Quando, num relacionamento longo, as pessoas percebem que já não se reconhecem individualmente, que são cópias um do outro, a única coisa a fazer é colocar limites no controle de suas vidas; redescobrir a originalidade que está escondida sob a rotina; repensar o que é amor para eles e redefinir as bases sobre as quais assentam sua união.
Outro bom termômetro do nível de afeto e confiança é o diálogo saudável que inclui respeito e liberdade para expressar os próprios pensamentos e aceitar os do outro.
Há quem duvide, mas discutir a relação pode aumentar a capacidade do casal para lidar com o fato de que nem sempre haverá concordância entre seus desejos e opiniões e ensina a conter o impulso de desqualificar as vontades do outro só porque não é o que se quer.
*Para entender mais sobre o Casal Simbiótico, leia o artigo A (Dis)Função do Orgasmo.
Perfil do AutorQuando alguém se sente inseguro sobre a quantidade de amor que está recebendo assume comportamentos possessivos e controladores – para quem ele(a) olha, suas amizades, horários, modos de vestir e se comportar em público –, mas isso não protege o relacionamento, apenas limita a liberdade dos dois.
Na medida em que a insegurança aumenta, pois não se pode controlar tudo, o tempo todo, o controle se torna mais invasivo e logo um estará escolhendo e comprando as roupas do outro para garantir que a outra metade se encaixe perfeitamente no seu mundo, segundo sua visão do que seja perfeito.
O casal precisa acautelar-se para não se tornar simbiótico fazendo o relacionamento se tornar nocivo e tóxico. Veja artigo Ciúme patológico.
Casais simbióticos
Mas quando a pessoa se percebe envolvida numa relação simbiótica é importante não usar de força para colocar limites no outro. É preciso ter calma e, pouco a pouco, aumentar os níveis de liberdade suavemente para ambos. Não vale a pena atacar ou criticar as atitudes do outro, devagar com as mudanças. Se um gruda é porque o outro permite.
No relacionamento simbiótico é muito tentador culpar o outro pelo que está acontecendo no casamento, mas o melhor é cada um atinar sobre o quanto suas atitudes foram permissivas e facilitaram a invasão e o controle.
Um dos primeiros sinais de que se está sendo arrastado para esse território instável, é ouvir constantemente: "só vou se você for comigo". Aquele(a)s que acreditam que simbiose é sinônimo de amor costumam pensar com a cabeça do outro, concordam com tudo sem refletir nem conversar francamente sobre como se sentem, apenas obedecem e depois, quando as coisas saem erradas, culpam o outro pelo fracasso do relacionamento.
Dá para fazer diferente
É importante questionar o adestramento cultural que estabelece que para que o relacionamento dê certo os dois devem fazer tudo junto, sempre. Esse tipo de pensamento dificulta a liberdade para atividades individuais e a rotina produzida desgasta a relação.
Insistindo em se grudar um no outro – não demorará até que um se sinta tão sufocado que em pouco tempo bom humor, criatividade e vontade de estar junto vão, definitivamente, perder espaço para o tédio e a insatisfação, fazendo com que a tão temida ruptura se produza ainda mais rapidamente.
A melhor saída é não ter medo de colocar esse amor à prova, conversar a respeito da mesmice e de como cada um pode contribuir para fortalecer o vínculo e a liberdade, deixando o relacionamento mais criativo e agradável para os dois.
O casal estará a caminho do amadurecimento afetivo quando conseguir incluir em sua rotina semanal uma atividade para cada qual fazer sozinho sem que isso seja uma tragédia para o outro.
Com que roupa eu vou?
É preciso deixar de lado o preconceito de que pessoas comprometidas que saem desacompanhadas estão traindo. Muitos homens e mulheres conseguem manter vida social e relacionamento duradouro baseando-se em amor e lealdade.
Preservar autonomia e liberdade protege a relação da fusão simbiótica. É importante fazer negociações que assegurem a liberdade individual para o bem da vida de casal.
Quando, num relacionamento longo, as pessoas percebem que já não se reconhecem individualmente, que são cópias um do outro, a única coisa a fazer é colocar limites no controle de suas vidas; redescobrir a originalidade que está escondida sob a rotina; repensar o que é amor para eles e redefinir as bases sobre as quais assentam sua união.
Outro bom termômetro do nível de afeto e confiança é o diálogo saudável que inclui respeito e liberdade para expressar os próprios pensamentos e aceitar os do outro.
Há quem duvide, mas discutir a relação pode aumentar a capacidade do casal para lidar com o fato de que nem sempre haverá concordância entre seus desejos e opiniões e ensina a conter o impulso de desqualificar as vontades do outro só porque não é o que se quer.
*Para entender mais sobre o Casal Simbiótico, leia o artigo A (Dis)Função do Orgasmo.
Analista reichiana.
Consultora Associada da FLUIR Desenvolvimento Social e Humano.
(Artigonal SC #1101404)
Fonte do Artigo - http://www.artigonal.com/relacionamentos-artigos/namoradao-grudentao-1101404.html
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