Sim! É Possível Superar Uma Traição
Por: Sueli NascimentoA traição é uma das piores crises que se pode atravessar. Ela nos obriga a refletir sobre muitas coisas.
Assim é se lhe parece
Por mais que a pessoa seja precavida sempre que inicia um novo romance renova suas esperanças de, finalmente, encontrar alguém que nãoa traia. Ela confia totalmente.
Mas quando, por qualquer motivo, sua confiança é quebrada ela passa a negar todas as virtudes do outro e, por extensão, dos demais seres humanos e vai considerar que ninguém merece confiança: amigos mentem; ninguém mais tem palavra de honra e nem é capaz de cumprir promessas; toda e qualquer forma de relacionamento é falsidade.
Outro prejuízo experimentado quando somos traídos é passar a atribuir valor negativo a todo e qualquer relacionamento em que nos envolvermos, agindo no futuro da mesma maneira que agiram conosco.
É fácil compreender o porquê de tanto amargor. Com exceção dos casos de ciúmes patológicos, as pessoas não se comportam assim porque são más, e sim porque se sentem roubadas numa das coisas mais fundamentais para um relacionamento: a confiança.
Das pérolas ao pó
Enquanto amava e confiava no outro a pessoa mostrou algo que jamais havia mostrado a ninguém, deu tudo, disse tudo.
Diante da certeza de sua paixão estar sendo correspondida eram comuns frases como "nunca contei isso a ninguém" ou "nunca pensei que isso fosse acontecer comigo".
Depois da traição ela se sente reduzida ao ridículo, exposta à chacota do outro que trocou suas jóias pelas bijuterias de alguém mais jovem, mais magro, mais rico, mais bem humorado, mais sexy ou por alguém que não corresponda a nenhuma das alternativas anteriores.
O sentimento de raiva é tão ruim que ela o desloca para si mesma e passa a encarar suas antigas juras de amor como um monte de asneiras sentimentais como se ela é quem tivesse errado por confiar e amar e das duas uma: ou emborracha o coração para não mais se entregar a relacionamentos profundos, que envolvam intimidade, confiança, respeito e cooperação e se torna promíscua e inescrupulosa ou desconfia até da própria sombra e se comporta como mau juiz e carrasco, punindo os outros até pelo que eles não fazem.
Mas o mais difícil de aceitar, pois tira a pessoa da posição de vítima, é que a infidelidade pode ser apenas o ápice das dificuldades do casal. A crise não começa porque alguém foi traído. Somos traídos – e traímos – porque há uma crise que nos esforçamos para não ver e solucionar. Com a traição tudo o que não queríamos ver, de repente, vem à tona.
Um tempo para a cura
Após a traição é preciso ficar de luto, dar o tempo necessário para que as feridas se curem, depois transcender e começar de novo[1].
Relacionamentos pós-traição têm de começar de modo diferente, não podem ser maculados pelo fantasma da experiência passada.
É possível, através do diálogo honesto, que os parceiros desenvolvam um modo de comunicar-se, ampliem sua capacidade de troca e encontrem saídas criativas e lúdicas para crises como essa.
Cabe ao casal determinar o que é e o que não é traição para si. Da mesma forma só ele pode determinar o limite do ciúme.
O pacto amoroso deve ser reinventado na medida que se julgue necessário. Entretanto, o respeito, a consideração e a lealdade - por si e pelo outro - devem ser garantidos para que amor e sexo se renovem, sempre.
O equilíbrio está no meio
É possível que um casal passe muitos anos relacionando-se com exclusividade. Mas é preciso ter em mente que, ao longo dos anos, as promessas são mantidas até certo ponto.
É mais fácil manter um pacto de fidelidade sexual se ele estiver alicerçado nas transformações da vida e não num juramento realizado no passado e com o qual, talvez, sequer concordemos ainda.
Não somos traídos por inimigos nem por estranhos, mas por irmãos, amantes, esposas, maridos e isso é muito difícil de compreender. Quanto maior o amor, o envolvimento, maior a expectativa e - por conseguinte - maior será a dor, para a qual nunca nos preparamos.
Conseguir incluir essa contradição, esse paradoxo, em nosso pensamento ajuda a amadurecer afetivamente, pois aprendemos que não podemos amar alguém apenas nas situações em que podemos controlar a relação, isso nos torna acomodados.
Quando fazemos juras precisamos zelar para que elas se confirmem no desejo de continuarmos juntos, crescendo, amando, gozando dia-a-dia e não na convenção social que nos obrigue a estar juntos.
Em outras palavras, é preciso estar atento e reinventar o relacionamento sempre que possível. Divertir-se mais, rir mais, sonhar mais e não permitir que a aridez se infiltre na vida de casal.
Contas a pagar e situações a resolver não podem compartilhar a mesma cama em que se faz amor. Poucas mulheres e homens toleram um relacionamento destituído de boa sexualidade ou conversas coalhadas de reclamações e mau humor.
Através de grupos de movimento expressivo é possível recuperar a autoconfiança e a habilidade de se interrelacionar satisfatoriamente. Conheça nossos grupos e agende uma entrevista: http://orgonoterapia.blogspot.com/search?updated-max=2010-06-10T09:49:00-07:00&max;-results=1
1 - Ver em James Hillman - Estudos de Psicologia Arquetípica, Ed Achiamé, R.J. 1981, pg. 97.
Perfil do AutorAssim é se lhe parece
Por mais que a pessoa seja precavida sempre que inicia um novo romance renova suas esperanças de, finalmente, encontrar alguém que nãoa traia. Ela confia totalmente.Mas quando, por qualquer motivo, sua confiança é quebrada ela passa a negar todas as virtudes do outro e, por extensão, dos demais seres humanos e vai considerar que ninguém merece confiança: amigos mentem; ninguém mais tem palavra de honra e nem é capaz de cumprir promessas; toda e qualquer forma de relacionamento é falsidade.
Outro prejuízo experimentado quando somos traídos é passar a atribuir valor negativo a todo e qualquer relacionamento em que nos envolvermos, agindo no futuro da mesma maneira que agiram conosco.
É fácil compreender o porquê de tanto amargor. Com exceção dos casos de ciúmes patológicos, as pessoas não se comportam assim porque são más, e sim porque se sentem roubadas numa das coisas mais fundamentais para um relacionamento: a confiança.
Das pérolas ao pó
Enquanto amava e confiava no outro a pessoa mostrou algo que jamais havia mostrado a ninguém, deu tudo, disse tudo.
Diante da certeza de sua paixão estar sendo correspondida eram comuns frases como "nunca contei isso a ninguém" ou "nunca pensei que isso fosse acontecer comigo".
Depois da traição ela se sente reduzida ao ridículo, exposta à chacota do outro que trocou suas jóias pelas bijuterias de alguém mais jovem, mais magro, mais rico, mais bem humorado, mais sexy ou por alguém que não corresponda a nenhuma das alternativas anteriores.
O sentimento de raiva é tão ruim que ela o desloca para si mesma e passa a encarar suas antigas juras de amor como um monte de asneiras sentimentais como se ela é quem tivesse errado por confiar e amar e das duas uma: ou emborracha o coração para não mais se entregar a relacionamentos profundos, que envolvam intimidade, confiança, respeito e cooperação e se torna promíscua e inescrupulosa ou desconfia até da própria sombra e se comporta como mau juiz e carrasco, punindo os outros até pelo que eles não fazem.
Mas o mais difícil de aceitar, pois tira a pessoa da posição de vítima, é que a infidelidade pode ser apenas o ápice das dificuldades do casal. A crise não começa porque alguém foi traído. Somos traídos – e traímos – porque há uma crise que nos esforçamos para não ver e solucionar. Com a traição tudo o que não queríamos ver, de repente, vem à tona.
Um tempo para a cura
Após a traição é preciso ficar de luto, dar o tempo necessário para que as feridas se curem, depois transcender e começar de novo[1].
Relacionamentos pós-traição têm de começar de modo diferente, não podem ser maculados pelo fantasma da experiência passada.
É possível, através do diálogo honesto, que os parceiros desenvolvam um modo de comunicar-se, ampliem sua capacidade de troca e encontrem saídas criativas e lúdicas para crises como essa.
Cabe ao casal determinar o que é e o que não é traição para si. Da mesma forma só ele pode determinar o limite do ciúme.
O pacto amoroso deve ser reinventado na medida que se julgue necessário. Entretanto, o respeito, a consideração e a lealdade - por si e pelo outro - devem ser garantidos para que amor e sexo se renovem, sempre.
O equilíbrio está no meio
É possível que um casal passe muitos anos relacionando-se com exclusividade. Mas é preciso ter em mente que, ao longo dos anos, as promessas são mantidas até certo ponto.É mais fácil manter um pacto de fidelidade sexual se ele estiver alicerçado nas transformações da vida e não num juramento realizado no passado e com o qual, talvez, sequer concordemos ainda.
Não somos traídos por inimigos nem por estranhos, mas por irmãos, amantes, esposas, maridos e isso é muito difícil de compreender. Quanto maior o amor, o envolvimento, maior a expectativa e - por conseguinte - maior será a dor, para a qual nunca nos preparamos.
Conseguir incluir essa contradição, esse paradoxo, em nosso pensamento ajuda a amadurecer afetivamente, pois aprendemos que não podemos amar alguém apenas nas situações em que podemos controlar a relação, isso nos torna acomodados.
Quando fazemos juras precisamos zelar para que elas se confirmem no desejo de continuarmos juntos, crescendo, amando, gozando dia-a-dia e não na convenção social que nos obrigue a estar juntos.
Em outras palavras, é preciso estar atento e reinventar o relacionamento sempre que possível. Divertir-se mais, rir mais, sonhar mais e não permitir que a aridez se infiltre na vida de casal.
Contas a pagar e situações a resolver não podem compartilhar a mesma cama em que se faz amor. Poucas mulheres e homens toleram um relacionamento destituído de boa sexualidade ou conversas coalhadas de reclamações e mau humor.
Através de grupos de movimento expressivo é possível recuperar a autoconfiança e a habilidade de se interrelacionar satisfatoriamente. Conheça nossos grupos e agende uma entrevista: http://orgonoterapia.blogspot.com/search?updated-max=2010-06-10T09:49:00-07:00&max;-results=1
1 - Ver em James Hillman - Estudos de Psicologia Arquetípica, Ed Achiamé, R.J. 1981, pg. 97.
Analista reichiana. Consultora Associada da FLUIR Desenvolvimento Social e Humano.
(Artigonal SC #1087430)
Fonte do Artigo - http://www.artigonal.com/relacionamentos-artigos/sim-e-possivel-superar-uma-traicao-1087430.html



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